Olhos no céu
Uma das coisas que me causava alguma apreensão era saber como é que me iria dar com os ares da cidade: tenho uma costela claustrofóbica e sempre me vi mais como uma “galinha de campo que não quer capoeira”…
À partida gosto da cidade para visitar. Mas para viver… as reticências avolumam-se.
Foi por isso com alguma surpresa que me senti aqui tão bem, sem sentir aquela falta de ar que a princípio imaginava que se iria apoderar de mim…
Aqui há dias percebi porquê.
Tenho a felicidade de viver num 4º andar, de não estar rodeado de prédios muito altos, de ter um horizonte vasto, cheio de árvores ao meu redor… quase nem parece cidade.
Mas, o que é mais importante, no meio disto tudo, é que daqui posso ver claramente o céu!...
(ainda por cima, nestes dias, embora frios, quase sempre cheio de sol…)
E, de facto, na nossa vida tudo é diferente quando os horizontes deixam de ser estreitos e limitados e, acima de tudo, quando conseguimos elevar o olhar e ver o céu!
Durante este tempo de Advento a Igreja vai-nos convidar a pôr os olhos no céu, a olhar para o alto, na certeza de que quando isso acontece tudo se torna mais claro e luminoso na nossa vida.
Convida-nos a olhar o céu na esperança de que ele se abra para nós e apareça a salvação.
O Cristo que está no meio de nós, vem mais uma vez.
E nós vivemos da expectativa ansiosa de que Ele um dia seja tudo em todos!
Pe. Luís Alberto