Paróquia Nossa Senhora de Fátima - Lisboa

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Natal ou a libertação dos contrastes…

Mesmo para a maioria daqueles que não têm fé, o Natal permanece uma referência cultural onde estão presentes valores como a amizade, a família, a harmonia, a solidariedade…
O Natal tem este condão de acordar sempre o que há de melhor em nós.
Mas para muitos este é um despertar doloroso…
Porque nos obriga ao confronto com a nossa pobreza e limitação, o confronto com a realidade e a distância que a separa do mundo sonhado na intimidade do coração…
O Natal é talvez a época do ano em que mais dói esta distância que nos separa da Vida com que o nosso coração sonha: é o tempo em que dói mais a solidão, o tempo em que sentimos mais a falta daqueles que eram importantes para nós e de quem nos afastámos ou que o ritmo imparável da vida nos roubou…
Alegria e tristeza andam de mãos dadas, até na intensidade com que humanamente se vivem…
As crianças, por terem menos história e talvez também uma memória menos vincada, ficam mais presas às luzes e à alegria do Natal (embora muitas delas, por contágio de vidas adultas mal resolvidas, sofram também os efeitos de ares tristes que respiram…)
Os adultos são talvez mais sensíveis ao sofrimento.
São muitos aqueles que eu já encontrei e que me dizem que o Natal é a época pior do ano, aquela época em que sentem mais o contraste da alegria exterior com a tristeza que os invade, aquela época em que as dores mais vêm ao de cima e lhes custa mais suportá-las…
Pois é.
Se o Natal ficar reduzido à festa exterior das prendas e das músicas que não nos largam, por onde quer que vamos, depressa mergulhamos no vazio.
E o vazio dói.
O Natal só pode ser fonte de verdadeira alegria para quem fizer dele a festa de anos de Alguém que está connosco, que é a nossa maior alegria, que resolve as nossas dores e nos abre horizontes novos de vida.
Sem Jesus, o Natal transforma-se inevitavelmente numa caricatura que só pode mesmo fazer doer!
Com Ele tudo se torna leve e fácil de levar.
Mesmo a pior das dores.
Porque com Ele tudo é relativizado (o que não é sinónimo de desvalorizado…)
O único absoluto é Ele, Caminho, Verdade e Vida!...

Pe. Luís Alberto

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