Paróquia Nossa Senhora de Fátima - Lisboa

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Pobreza?

São já muitos os Natais em que, por missão, tenho de falar sobre esse mistério do Deus que se faz homem.
Constatar a humildade e a pobreza do presépio de Belém não é, por isso, propriamente uma novidade: creio que todos os anos, com mais ou menos vigor, sublinhei essa realidade.
No entanto, este ano foi como se deparasse com ela pela primeira vez.
Porquê um nascimento assim?
Deus feito homem já é extremamente difícil de ser acolhido e compreendido por nós… Porquê tornar as coisas ainda mais difíceis de aceitar?
Porquê escolher a pobreza (uma realidade que instintivamente todos procuramos evitar.)?...
Esta pergunta acompanhou-me durante todo este tempo do Natal e continua a interpelar-me.
Não encontrarei certamente uma resposta definitiva para ela.
Mas para já há uma coisa que sei e que quero partilhar: a certeza de que, no que diz respeito a Deus, nada acontece por acaso.
E isso quer dizer, à partida, que a pobreza do presépio de Belém não é um papel de embrulho poético para “mexer” com a nossa sensibilidade…
Tem seguramente a ver com a autenticidade de Deus se dizer em linguagem humana: Deus não pode ser homem de outra maneira!
Dito de outra maneira: Deus não pode ser senão pobre e o Homem (que é imagem e semelhança de Deus) só é Homem de verdade quando descobrir e viver a pobreza.
A pobreza do nascimento de Jesus foi a pobreza com que sempre viveu (ele que dizia de si mesmo que “o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”).
A mesma pobreza que nos irá propor como caminho de felicidade este Menino que nos veio revelar a verdade do que é ser Homem: “Felizes os pobres…”
Sei que a pobreza, como os seus parentes mais próximos (a humildade, a sobriedade, a temperança…), não é muito popular numa cultura que procura acima de tudo o bem-estar (entendido muitas vezes de uma forma confrangedoramente materialista).
Mas quem acredita em Jesus como seu Salvador ou a leva a sério como proposta de vida (por muito que tenha de “queimar as pestanas” a tentar compreendê-la…) ou andará sempre longe do essencial e passará ao lado da Vida em abundância que Jesus nos veio dar!...

Pe. Luís Alberto

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